Comemorao litrgica: 8 de agosto - Tambm nesta data: Santo Emiliano e So Miro Ordens religiosas da Igreja (Busca) Breve histrico da Ordem (clique aqui) Ver referncia em N. S. do Rosrio FUNDADOR DA ORDEM DOS PREGADORES (DOMINICANOS) - OP
Domingos (ou Dominique) nasceu no ano de 1170, em Caleruega, pequena localidade na Velha Castelha. O pai, Flix de Gusmo, pertencia a uma famlia de alta linhagem na Espanha; a me era Joana de Aza. Antes de Domingos nascer, sua me, em sonho misterioso, viu um co que trazia na boca uma tocha acesa, de que irradiava luz sobre o mundo inteiro. Efetivamente, So Domingos veio a ser uma luz extraordinria de caridade e de zelo apostlico, que dissipou grande parte das trevas das heresias e restabeleceu a verdade em milhares de coraes vacilantes. Domingos, foi o nome dado criana, devido uma devoo que a me do santo tinha com So Domingos de Silos, do qual um dia teve uma apario, comunicando-lhe os planos divinos em referncia ao recm-nascido. A esse aviso extraordinrio, os pais corresponderam com esmerada ateno na educao do filho. Domingos, pequeno ainda, deu provas de inclinao declaradssima s coisas de Deus. Seis anos contava o menino, quando os pais o confiaram direo de um tio, reitor de uma igreja em Gumyel. Sete anos passou Domingos na escola daquele sacerdote, aprendendo, alm das primeiras letras, como sejam, acolitar, enfeitar os altares e cantar no coro. Terminado este curso prtico, transferiu-se para Valncia, cidade episcopal no reino de Leon, onde existia uma universidade que mais tarde, em 1217, passou para Salamanca. Durante o tempo dos estudos em Valncia, isto , durante seis anos, dedicou-se arte retrica, alm da filosofia e teologia. Acompanharam-lhe os trabalhos cientficos s prticas da piedade, inclusive, severas penitncias. Retrado por completo do mundo, visitava somente os pobres e doentes, protegia as vivas e rfos. Por ocasio de uma grande fome, vendeu os livros para poder socorrer os necessitados. Certa vez, ofereceu sua prpria pessoa para resgatar um jovem que caira nas mos dos mouros. A caridade de Domingos, no satisfeita com as obras corporais de misericrdia, estendia-se principalmente s necessidades espirituais do prximo. Para este fim, desenvolveu um zelo extraordinrio, como pregador. O primeiro fruto deste labor apostlico, foi a converso do amigo e companheiro dos estudos, Conrado, que mais tarde entrou para a ordem de cister, elevado posteriormente dignidade de Cardeal da Santa Igreja. Domingos contava apenas vinte e quatro anos e era considerado um dos mais competentes mestres da vida interior. Dom Diego de Asebes, bispo de Osma, conhecendo os brilhantes dotes de Domingos, convidou-o a incorporar-se ao cabido da diocese, esperando desta aquisio uma reforma salutar do clero. O prelado no se viu iludido nas suas previses. Domingos em pouco tempo, foi objeto da admirao de todos, como modelo exemplarssimo em todas as virtudes crists. Como cnego de Osma, Domingos percorreu diversas provncias da Espanha, pregando por toda a parte a palavra de Deus, pela converso dos pecadores, cristos e maometanos. Uma das converses mais sensacionais que Deus operou por intermdio de Domingos foi a de Reiniers, clebre heresiarca, que mais tarde tomou o hbito dos frades dominicanos. Domingos no era ainda sacerdote. Do bispo de Osma recebeu a uno sacerdotal, continuando depois a misso apostlica de pregador. Quando em 1224, por ordem do rei Afonso de Castelha, o bispo de Osma foi Frana na qualidade de embaixador real, a fim de tratar dos negcios matrimoniais do prncipe herdeiro Fernando, com a princesa de Lussignan, Domingos acompanhou-o. Na provncia de Languedoc, puderam de perto observar as horrveis devastaes feitas pelos albingenses. Numa segunda viagem que empreenderam, cujo fim era buscar a princesa e entreg-la ao esposo, tiveram o grande desgosto de no a encontrar entre os vivos. Chegaram ainda a tempo de assistir-lhe ao enterro. Preferiram, ento, ficar na Frana, para dedicar-se campanha contra os hereges. O bispo Diego, com o consentimento do Papa, ficou trs anos na provncia de Languedoc. Passado este tempo, voltou diocese. A So Domingos, que foi nomeado superior da Misso, associaram-se doze abades cistercienses. Pouco tempo, porm, durou o trabalho coletivo. Dom Diego voltou Espanha, os cistercienses retiraram-se para os seus claustros e o prprio Legado pontifcio abandonou o solo francs. Domingos no desanimou apesar da misso ter-se-lhe tornado dificlima e perigosa. Com mais oito companheiros que lhe foram mandados, continuou os trabalhos apostlicos. A inconstncia, porm, que encontrou nos coadjutores, fez nele amadurecer a idia de fundar uma nova Ordem, cujos membros, por um voto, se dedicassem obra da pregao. Os primeiros que se lhe associaram foram Guilherme de Clairel e Domingos, o Espanhol. Em 1215 a nova comunidade contava j dezesseis religiosos, com seis espanhis, oito franceses, um ingls e um portugus. Para assegurar-se da aprovao pontifcia, Domingos em companhia do bispo de Toulouse foi Roma e apresentou-se ao Papa Inocncio III. Coincidiu ele chegar capital da Cristandade na abertura do Conclio de Latro. Opinaram os padres que em vez de aprovar as regras de novas ordens, devia o Conclio dirigir a ateno para as Ordens j existentes e aperfeioar-lhes as constituies. Inocncio III, baseando-se nestas decises, negou-se, por diversas vezes, em dar aprovao regra da Ordem fundada por Domingos. Aconteceu, porm, que o Papa teve uma viso, quase idntica que lhe fez aprovar a Ordem de So Francisco de Assis, em 1209. No querendo contrariar a obra do santo homem, deu consentimento fundao da Ordem, prometendo a Domingos expedir a bula, logo que este tivesse adotado uma regra de ordem j aprovada pela Igreja. Domingos decidiu-se em favor da regra de Santo Agostinho, qual acrescentou mais algumas constituies, como por exemplo, o silncio, o jejum e a pobreza. Quando Domingos, pela segunda vez chegou Roma, j no encontrou o Papa Inocncio III, mas o sucessor deste, Honrio III. Contrariamente ao que receava, obteve a aprovao da ordem, que veio a ser chamada Ordem dos Pregadores. Nomeado o primeiro superior, fez a profisso nas mos do Papa. Graas generosidade do bispo de Toulouse e do conde Simo de Montfort, Domingos pode construir o primeiro convento em Toulouse. O nmero dos religiosos crescera consideravelmente, de modo que Domingos pode introduzir em a novel comunidade e regra recm-aprovada. Pouco tempo depois, Domingos voltou Roma e fundou diversos conventos na Itlia. Em Roma, conheceu So Francisco de Assis, a quem se ligou em ntima amizade. Em 1218 foi a Bolonha fundar um convento, perto da Igreja de Nossa Senhora de Mascarella. Um ano depois, teve Domingos a satisfao de fundar outro na mesma cidade, sendo que este, tempos depois, veio a ser um dos mais importantes da Ordem na Itlia. O exemplo de So Francisco de Assis e o admirvel desenvolvimento da Ordem por ele fundada, influiu grandemente no esprito de so Domingos. Como o Patriarca de Assis, introduziu S. Domingos na sua ordem o voto de pobreza em todo o rigor. So Domingos convocou trs captulos gerais e teve o prazer de ver a Ordem se estabelecer na Espanha, em Toulouse, na Provena e na Frana toda. Conventos surgiram na Itlia, Alemanha e Inglaterra. O prprio fundador mandou emissrios Irlanda, Noruega, sia e Palestina. So Domingos morreu no dia 06 de agosto de 1221, na idade de 51 anos. Numerosos milagres por seu intermdio Deus se dignou de fazer. O Papa Gregrio IX inseriu-lhe o nome no catlogo dos Santo, em 23 de julho de 1234. Muito concorreu para o culto de S. Domingos na Igreja Catlica, a devoo do Santssimo Rosrio, de quem era grande Apstolo. A Ordem dos pregadores deu Igreja, muitos Santos, entre estes o grande So Toms de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Siena, So Vicente Ferrer, o Papa Pio V. Reflexes As grandes virtudes que admiramos em S. Domingos devem ser para ns incentivos de imit-lo. A virtude que mais caracteriza a vida desse grande santo o zelo, no s de preservar a alma de todo o pecado, como tambm salvar a alma do prximo. Vendo uma alma em perigo de perder-se, era para Domingos uma preocupao sria. Se tivssemos um pouco desse zelo apostlico a misria espiritual do prximo no nos deixaria to indiferentes. Antes de tudo, porm, devemos cuidar da nossa prpria alma. Nossa alma imortal, destinada a gozar da eterna felicidade em Deus. Se no alcanar esta felicidade ter por sorte o desespero eterno. Os anos que vivemos aqui na terra so o comeo da vida espiritual na eternidade. Se nossa alma eterna e imortal, nossa felicidade no pode estar baseada nos bens deste mundo, que hoje existem e amanh nenhum valor tero. No dia em que nosso corpo for levado para o repouso eterno, o mundo perder para ns toda a importncia e bem depressa, ser apagada a memria da nossa existncia. Riqueza, honra, elogios, calnias e escrnios tudo passa, mas a alma ainda existir! Tolice , pois, dar ao mundo uma importncia que no tem; prestar-lhe honras e atenes que no merece. A alma que merece todo o nosso cuidado. O mundo passa, a alma fica. Servir a Deus e tratar de santificar-se o verdadeiro fim do homem na terra. Tolo aquele que pe em jogo a eternidade; tolo aquele que cuida de tudo, menos da eternidade. Se os santos pudessem ter um pesar, seria sem dvida, o de no ter aproveitado ainda melhor o tempo da vida aqui na terra para servir a Deus. Entra, sem demora, nas pegadas dos santos e pe tua vida toda inteiramente ao servio de Jesus Cristo. * * * * * * * * * TPICOS RELACIONADOS
Referncias bibliogrficas: 1. Na luz Perptua, 5. ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. 2. Orao das Horas - Editora Vozes, Paulinas, Paulus e Ave-Maria, 1996. |