Nossa Senhora da Apresentao

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Comemorao litrgica - 21 de novembro Tambm nesta data:  Santos Gelsio I, Alberto de Lovaina e Celso

 

 

          

 

                                                       Tudo que sabemos da apresentao de Nossa Senhora no templo, sabemo-lo por lendas e  informaes extra-bblicas (principalmente pelo proto-Evangelho de Tiago), o que no quer dizer que o assunto da festa carea de probabilidade  histrica. Segundo uma piedosa  lenda, Maria Santssima, tendo apenas trs anos de idade, foi pelos  pais, em cumprimento de uma promessa, levada ao templo, para ali, com outras  meninas, receber educao adequada  sua idade e  posio. A  Igreja oriental distinguiu este fato com as honras de uma festa litrgica. A Igreja ocidental conhece a comemorao da Apresentao de Nossa Senhora desde o sculo VIII.  Estabelecida primeiramente pelo Papa Gregrio XI, em 1372, s para a corte papal, em Avignon, em 1585, Sixto V ordenou que fosse celebrada em toda a Igreja.

                                                       A Apresentao de Nossa Senhora encerra dois sacrifcios: A dos pais e da menina Maria. Diz a  lenda que Joaquim e Ana ofereceram a Deus a filhinha no templo, quando esta tinha trs anos. Sem dvida, foi para estas santas pessoas um sacrifcio muito grande separar-se da filhinha que se achava numa  idade em que h pais  que queiram confiar  os filhos a mos  estranhas. Trs anos  a idade em  que a criana j recompensa de  algum modo os  trabalhos e sacrifcios dos pais, formulando palavras e fazendo j exerccios mentais  que encantam e divertem, dando ao mesmo tempo provas de gratido e  amor  filiais.  So Joaquim e Santa Ana no teriam experimentado o sacrifcio em toda a sua amargura? O corao dos  amorosos pais  no teria sentido a dor da separao?  Que foi que os levou a  fazer tal sacrifcio?  A lenda fala de um voto que tinham feito. Votos desta natureza no eram raros no  Antigo testamento. As crianas  eram educadas em colgios  anexos ao templo, e ajudavam nos mltiplos servios e  funes da casa de Deus.  No erramos em supor que Joaquim e Ana, quando levaram a filhinha ao templo, fizeram-no por inspirao sobrenatural, querendo Deus que sua futura esposa e me recebesse uma educao e  instruo esmeradssima.

                                                       Grande era o sacrifcio de Maria. No resta dvida que para Maria, a criana entre todas as  mais privilegiada, a cerimnia da  apresentao significava mais que a entrada no colgio do templo. Maria  reconhecia em tudo uma solene  consagrao da  vida a Deus, a oferta de  si mesma ao Supremo Senhor. O sacrifcio que oferecia, era a oferta das primcias, e as primcias, por mais insignificantes que sejam,  so preciosas  por serem uma demonstrao da generosidade do ofertante, e uma homenagem a quem as recebe.  Maria ofereceu-se sem reserva, para sempre,  com contentamento e jbilo. O que o salmista cantou, cheio de  entusiasmo, traduziu-se na alma da bem-aventurada menina:  Quo amveis so os teus tabernculos, Senhor dos Exrcitos! A minha alma suspira e  desfalece pelos  trios do Senhor .  E entrarei junto ao altar de  Deus;  do Deus que alegra a minha mocidade.

                                                       Que esprito, tanto nos santos pais como na santa menina!  Que espetculo para o cu e para os homens! O que encanta a  Deus e lhe atrai a  graa, em toda a plenitude edifica e enleva a  todos que se ocupam deste mistrio na vida de Nossa Senhora. Poder haver coisa mais bela que a piedade, o desprendimento completo no servio do Senhor?

                                                       A vida de Maria Santssima no templo foi a  mais santa, a mais perfeita que se pode imaginar. O templo era a  casa de Deus e  na proximidade de  Deus se  sentia bem a bela alma em flor.  O passarinho acha casa para si e a rla ninho nos altares do Senhor dos Exrcitos, onde um dia melhor que mil nas tendas dos pecadores .  Santo era o lugar onde Maria vivia. Era o templo onde os antepassados tinham feito oraes, celebrado as festas; era o templo onde se achava o santurio do Antigo testamento, a arca, o trono de Deus no meio do povo;  era  o templo afinal, de  que as profecias  diziam que o Messias nele devia fazer entrada.

                                                       Naquele  templo a  menina Maria rezava e se  preparava  para a grande misso que Deus lhe tinha reservado.  Como os  olhos da serva nas mos da Senhora, assim os olhos de Maria estavam fitos no Senhor  seu Deus. Segundo uma revelao com que Maria agraciou  a  Santa Isabel de Turngia todas as oraes feitas naquele  tempo se  lhe resumiram no seguinte:  1) alcanar as virtudes da humildade, pacincia e caridade;  2) conseguir amar e  odiar tudo que a Deus tem amor ou dio;   3) amar o prximo e tudo que lhe caro;  4) a conservao da nao e do templo, a paz e a plenitude das graas de Deus e 5) finalmente ver o Messias e  poder servir a  sua santa Me.

                                                       Maria era o modelo de  obedincia, amor e respeito para com os  superiores de  caridade e  amabilidade para com as  companheiras. Tinha o corao alheio antipatia, rixa, ao azedume e ao amor prprio. Maria era uma menina humilde, despretensiosa e  amante do trabalho. Com af lia e estudava os Santos Livros.

                                                       Como as meninas do Colgio do templo se  ocupavam de  outros trabalhos  concernentes ao servio santo, provvel que Maria  tenha recebido instrues sobre diversos trabalhos, como fossem:  Pintura, trabalhos de  agulha, canto e msica. opinio de muitos que o grande  vu do templo, que na hora da morte de Jesus se partiu de alto a baixo, tenha sido confeccionado por Maria  Santssima e as  companheiras. 

                                                       Assim foi santssima a  vida de  Maria no templo. O Divino Esprito Santo lapidou o corao e  o esprito da esposa, mais do que qualquer  outra  criatura. Maria poderia aplicar a  si as palavras contidas no Eclesistico:  Quando ainda era pequena, procurei a sabedoria na orao. Na entrada do templo instava por ela... Ela floresceu como uma nova tempor. Meu corao nela se alegrou e desde a mocidade procurei seguir-lhe o rastro.

                                                       de admirar que Maria, assim amparada pelos cuidados humanos e divinos, progredisse de virtude em virtude?  De Nosso Senhor o Evangelho constata diversas vezes esta circunstncia.  Como Jesus, tambm Maria cresceu em graa e  sabedoria diante de Deus e dos homens. Este crescimento a  Igreja contempla-o em imagens  grandiosas traadas no Livro do Eclesistico: Sou  exaltada qual cedro no Lbano, e qual cipreste no monte Sio. Sou exaltada qual palma em Cedes e como rosais em Jeric. Qual oliveira especiosa nos campos e  qual pltano, sou exaltada junto da gua nas praas. Assim como o cinamomo e o blsamo que difundem cheiro, exalei fragrncia; como a  mirra escolhida derramei odor de suavidade na minha habitao;  como uma vide, lancei flores| de um agradvel perfume e as  minhas flores so frutos de honra e de  honestidade.  Nunca houve mocidade  to santa e  esplendorosa como a  de Maria Santssima. Outra no poderia ser, devendo Maria preparar-se para a realizao do mistrio dos mistrios;  da Encarnao do Verbo Eterno. 

 REFLEXES

 A festa da  Apresentao de Nossa Senhora encerra belos ensinamentos para a famlia crist,  para pais e filhos. Que modelo mais perfeito pais cristos poderiam procurar, que Joaquim e Ana?  Que exemplo de  verdadeiro amor de  Deus eles nos do!  Os pais no devem sacrificar os filhos  ao egosmo e s paixes, mas a Deus, que lhos deu. Como Joaquim e Ana devem estar prontos a  oferecer os filhos, quando Deus os chamar para o seu servio. Todos ns, vemos em Maria o exemplo que devemos imitar, se queremos que nossa vida seja agradvel a Deus.  Orao, pureza de  corao e  trabalho eis os  captulos  principais da vida crist.  

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Ttulos de Nossa Senhora

* Referncias bibliogrficas/figura:

- Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.

- Figura: O arranjo da figura de Nossa Senhora da Apresentao foi elaborado com base no azulejo da Igreja de Nossa Senhora da Apresentao - Freguesia Vera Cruz - Portugal,  encontrada no site https://av.it.pt/aveirocidade/pt/monumentos/monu17.htm