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             Desenvolvimento Artstico  

    

 A arquitetura medieval: 

 

                                                De uma maneira geral a  arte medieval teve carter acentuadamente religioso. Em suas vrias  manifestaes foi uma  expresso plstica da f crist. A vida  monstica exigia uma arquitetura especial. Os mosteiros  achavam-se  separados por altos muros e  todas as  suas dependncias davam para um ptio interno descoberto, o claustro, rodeado de corredores. Ambientes propcios para a meditao e para o  recolhimento,  os mosteiros  eram amplos, pois se destinavam tambm  a  alojar os desvalidos e  os pobres, assim como os viajantes. 

 

                                               Mas so os templos que constituem a  alma da arquitetura medieval. Causa admirao o nmero  de templos  construdos a partir do sculo X.  No dizer de  um cronista medieval,  a  Europa senhorial e crist cobriu-se de  uma tnica  branca de Igrejas. 

O plano bsico das  catedrais medievais era a princpio o da baslica romana:  uma nave  longitudinal num santurio que se eleva entre os lados do coro at o teto, apoiado em paredes  e colunas. Esse plano simples transformou-se, por uma complexa  evoluo, em magnficas igrejas de  estilo romntico e  depois gtico.

 

 O Estilo romntico: 

 

                                                O nome romntico, como se designa o estilo arquitetnico na arte ocidental dos  sculos XI e XII, deriva-se  da semelhana com moldes empregados pelos romanos. Surgiu na Itlia e  na Frana.  

                                                Seus  principais elementos foram como em Roma, o arco de meio ponto e  a  abbada. O problema da segurana das abbadas exigia que as  paredes  fossem grossas e  com poucas janelas. As primeiras igrejas romnticas tinham  teto de madeira, geralmente de carvalho, porm, j no sculo XII, quase todos os templos tinham teto de alvenaria. O interior das  igrejas era pouco iluminado e nas paredes  pinturas em cores brilhantes  expunham  temas religiosos em estilo semelhante ao bizantino. 

 

                                               A escultura decorativa, quase inexistente nas primeiras  igrejas, logo passou a ser empregada, especialmente  no exterior, com relevos  inspirados em motivos da  natureza e cenas humanas. Os monges italianos que emigraram para  a  Frana, Alemanha e Inglaterra,  levaram tambm o estilo romntico. O Sul da Frana possui ainda hoje  inmeras  igrejas de estilo romntico.  

 

 O estilo gtico: 

 

                                               O estilo gtico foi resultado de  uma lenta  evoluo de  estilos. A palavra sugere erroneamente a  predominncia  da  arte dos godos (Os italianos  usavam a expresso "godos" quando se referiam aos povos brbaros). Tal fato se deve  a  Rafael Snzio, um dos grandes  mestres do Renascimento, o qual, sendo extremado admirador da  arte greco-romana, classificava como brbara aquelas  novas  formas arquitetnicas do arcobotante e  da ogiva.  O estilo gtico  surgiu na Frana e a primeira  obra-prima deste estilo foi a Igreja  de  Saint-Denis, no subrbio parisiense do mesmo nome. 

 

                                               Diferente  dos tempos em estilo romntico,  macios e  fortes, as catedrais  gticas do uma impresso de  elegncia  atravs de arcos agudos e  de maravilhosos  relevos, tanto no exterior como no interior. 

 

                                               As naves dos templos tinham enormes propores e as janelas, guarnecidas de vitrais, davam ao interior uma luz suave que se modulava pela luz exterior. A escultura completou a  decorao das igrejas gticas, narrando nas paredes a  vida e a morte do homem. Algumas imagens em relevo nas catedrais de Chartres, Laon, Lyon, Auxerre e Bruges, narram a histria da criao; um portal na catedral de Laon mostra o combate entre o vcio e  a  virtude e  tenta reproduzir o Juzo final em trabalhos de  escultura e pintura. 

 

                                                Tecnicamente, a escultura gtica deficiente. No se compara aos deuses de Praxteles e ao friso do Paternon grego, mas  possui a graa da  presena de uma profunda f, cristalizada na  pedra do Beau Dieu,  de Amiens, no Anjo Sorridente  de  Reims e na Virgem de Chartres. 

 

 A pintura: 

 

                                                A pintura medieval apresenta-se  em quatro formas principais;  mosaicos, miniaturas, murais e e vidros pintados. 

 

                                                Os mosaicos  da catedral de  So Marcos constituem uma obra-prima. O que representa  a  Ascenso, feito no sculo XII e  que se encontra na cpula central, realmente extraordinrio. A pintura de mosaicos era uma arte que datava  quase  dois mil anos e de certa maneira  j se achava em decadncia. Da ter  predominado a  iluminura de manuscritos com pinturas em miniatura, que foi a arte favorita.                         

                                                Os saltrios, os missais , os livros de horas, eram adornados pelos miniaturistas, que procuravam  mais a profundidade  e o esplendor das cores e a densidade e  vitalidade  da  obra do que  a  iluso de  espao com trs dimenses.  Os mosteiros  se mostravam muito frteis nesta arte delicada e  tranqila. 

 

                                                Os murais demonstraram forte influncia bizantina. A invaso dos brbaros e as perturbaes dos sculos seguintes apagaram a a tradio da  pintura clssica romana. No sculo XIII, os primeiros  painis italianos mostraram figuras  religiosas, simblicas  e msticas, de carter acentuadamente oriental. As deficincias de prepara"co de tintas no impediram que surgisse na Idade Mdia um quadro como Maest  de  Duccio Buoninsegna (1273 -1319) ou   a Virgem e o Filho entre os  Quatro Anjos  de Cimabue (1240 - 1302). 

 

                                                Os vitrais das catedrais exigiam uma pintura especial sobre o vidro.  Os vitrais, e mesmo as  grandes rosceas, eram , em muitos  casos, divididos  em  diversas formas geomtricas, possibilitando a  uma s pea mostrar vrias  cenas  de  uma histria ou de  um tema religioso. Os mais belos vitrais so sem dvida os da catedral de Chartes, que tambm serviram de modelo para os das  catedrais de  Sens, Laon, Bruges e Ruo, e posteriormente Canturia e  Lincoln, na Inglaterra. As cores brilhantes foram no sculo XIII harmonizadas com a  pintura em "grisaille",  em  linhas  finas de  cor vermelha ou azul, numa monocromia cinzenta. 

    

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Referncias: Histria  geral - A. Souto Maior, pg. 255 a 258, Companhia Editora Nacional de So Paulo,  14a. Ed,  1971.