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Livro Oriente       <<  ARTIGO II   >>       Carlos Mariano

        

 

 

... e para ser  alvo de  contradio

   et in signum, cui  contradicetur   (Lc. II, 34)

 

 

 

 

 

 

 

                                                  

                                                 Quando Jesus foi levado ao Templo por Maria Santssima e So Jos, em cumprimento ao preceito do Senhor, ouviram dos lbios do velho Simeo, que ali se achava conduzido pelo Esprito Santo, a seguinte profecia: Eis que este (Menino) ser posto para runa e ressurreio de muitos em Israel e para ser alvo de CONTRADIO. De l para c, passados dois mil anos, vsperas do terceiro milnio, no houve dia em que Jesus no fosse afirmado e contradito. A profecia do santo velho Simeo, distingue-se das demais, por ser uma constante. A todo instante Jesus asseverado e contestado. A particularidade dessa predio, consiste em que as demais realizaram-se com a vinda do Divino Salvador, essa de Simeo, acompanhar a humanidade at o ltimo dia, tempo de todas as coisas, momento em que o justo e o mpio sero julgados.

 

                                                 Durante o perodo de catlico nominal, estgio volvel em que, desembaraadamente, se freqenta antros de macumba, acredita-se no poder de reza forte, pai de santo, figuinhas, patus, foguetrios nas praias com flores Iemanj e tantas outras tolices, altamente comprometedoras na salvao da alma, fui agraciado com uma polinevrite alcolica, que me prostrou num leito hospitalar por trinta dias. Restabelecido, fui convidado por uma vizinha de cor negra, para participar das reunies de um dos movimentos da Igreja, conhecido por Legio de Maria.  Justifiquei a recusa, explicando ser catlico de nascimento, mas pertencer a um movimento da Igreja, no fazia o meu gnero. Dona Judite, era o nome dessa extraordinria negra, aps despedir-se, acrescentou: Vou deixar o Manual da Legio para voc ler e depois venho busc-lo. Eu li e ingressei na Legio de Maria. Isto aconteceu, exatamente, trinta e oito anos atrs. Que Deus te bendiga, que tenha na Sua Santa Glria a querida e saudosa negra, dona Judite!

 

                                                 Foi nessa poca que vi pela primeira vez, moo com trinta e um anos de idade, a estampa do Santo Sudrio. Existia no verso uma jaculatria: Senhor, mostrai-nos a vossa face e seremos salvos, nem me passava pela cabea, ser uma reproduo do versculo quatro, salmo setenta e nove, pois, at ento, nem sequer havia folheado a Bblia. Ignorava qualquer controvrsia a respeito, aceitando devotamente aquele bentinho e pouco se me dando o desprezo dos irmos protestantes s nossas imagens e estampas. No fora a Legio de Maria, o meu marasmo religioso se estenderia at o final dos meus dias. O meu primeiro trabalho, j legionrio de Maria, foi visita aos lares, casa a casa. Levava cada banho de captulos e versculos dos protestantes visitados, que conclu: Ou leio a Bblia, ou deixo a Legio. No deixei a Legio e da leitura passei ao estudo da Bblia. Passaram-se os anos, desde o meu primeiro contato com a estampa do Santo Sudrio. Aprimoraram-se as tecnologias. Ento, em 1978, um cientista luterano, chamado Dr. John H. Heller, foi convidado a incorporar uma equipe norte-americana, para proceder o primeiro exame completo e direto do Sudrio, a fim de efetuar testes fsicos, qumicos e biolgicos do tecido. O Dr. Heller aceitou o convite, movido pelo prazer de acabar, vez por todas, com quele mito. No seu primoroso trabalho impresso e publicado pela revista Selees do Readers Digest, ele se apresenta: Pela f sou protestante; por profisso, biofsico, com todo o cepticismo e conservantismo que isso implica. Conseqentemente, sempre pensei que as relquias religiosas no passassem de trapaas medievais. O Dr. John, no desenrolar de sua excelente obra, deixa claro que o seu propsito maior era desmascarar quela farsa, porm, explicita que o tiro saiu-lhe pela culatra. Pois, conclui: Todavia, quanto ao modo como as imagens apareceram no Sudrio, todas as hipteses foram invalidadas pelos elementos recolhidos durante os testes. O Sudrio continua sendo, como sempre, um mistrio. 

 

                                                 Passaram-se vinte anos. Tenho em mos, a revista SUPER INTERESSANTE, de junho deste ano, 1998, que traz a Sagrada Face na capa e o artigo Crer ou no crer, por Lcia Helena de Oliveira. Sabemos que o Sudrio foi submetido ao teste do carbono 14, para medio de idade, h dez anos, ocasio em que escrevi um artigo no Jornal do Povo, sob o ttulo FALSIFICAO. Se hoje pouco entendo, na poca no sabia nada sobre o tal de carbono 14. No seu escrito, porm, Lcia Helena detalha: a) Os tomos de carbono 14, que so radioativos, surgem na atmosfera da Terra quando os raios csmicos reagem com o nitrognio no ar; b) Essa  forma  radioativa do carbono que nasce no ar, acaba absorvida por plantas como o linho, que depois ser usada para fazer o tecido; c) A cada 5.700 anos a  quantidade de carbono  14  no tecido cai pela  metade. Sabendo disso, os cientistas determinam a idade do tecido; d) Para isso, comparam  a  quantidade de carbono 14 encontrada na pea  antiga com a quantidade existente num tecido recente. No ano  2.000 o Sudrio ser submetido  a  novos testes e no surpreender que tambm esses  concluam: Continua sendo, como sempre, um mistrio. Para os estudiosos, aqui vai o site na internet:  https://sindone.torino.chiesacattolica.it.

 

                                                O que impressiona no Sudrio ser ele um ato de f, noutras palavras, crer ou no. Provar que o Sudrio uma farsa, no h como. Por que? Porque o calor altera a medio da idade do tecido. Ora, sabido que em 1503 foi fervido em leo; em 1532 foi atingido pelo fogo e no ano passado, 1997, foi salvo, milagrosamente, do incndio na catedral de Turim. Ento, pelos sculos afora, cumprir o papel para o qual foi designado: Alvo de contradio. Muito prprio para envolver o corpo do Homem Deus, que Menino envolto pelos braos de Simeo, foi-lhe dito:Eis que este (Menino) est posto para runa e para ressurreio de muitos em Israel e para ser alvo de contradio. Em desfecho: Para quem cr, nenhum milagre necessrio; para quem no cr, nenhum milagre suficiente. Para quem no cr, o mais evidente demonstrativo, fica devendo demonstrao. o que Jesus nos ensina na parbola do rico avarento no final do captulo dezesseis do Evangelista So Lucas: Se no ouvem Moiss e os profetas, tampouco acreditaro, ainda que ressuscitasse algum dos mortos. 

 

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