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Livro Oriente << ARTIGO VI >> Carlos Mariano
No sejamos meninos flutuantes - non simus parvuli fluctuantes. (Ef. IV, 14)
Por ocasio da nossa colao de grau, ns, os leigos, com relao Ordem Sacra, passada a euforia da diplomao, compreendemos que o diploma no um fim, mas um bilhete de ingresso, que nos credencia para iniciarmos uma carreira. quando vamos comear a sentir e a provar em ns mesmos que, realmente, na prtica a teoria outra. O incio do curso da vida, varia de diplomando para diplomando; uns gozam de maiores recursos, outros menos e a maioria, de recurso financeiro nenhum. Mecnica e rapidamente, aprendemos a ser espertos, apavora-nos sermos taxados de ultrapassados e caretas. Quem no entra na dos espertos est, fatalmente, condenado ao gelo dos espertalhes; ento, o sucesso do homem de carter est sempre adiante e s alcanado, no dia da partida deste mundo. Em consonncia com as palavras de Jesus: Que aproveita o homem, ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?
No sucesso passageiro de cada um de ns, a mdia exerce um poder decisivo: goza da faculdade de elevar um imbecil aos pncaros e lanar um gnio s traas. um poderio to avassalador, que Winston Churchill, o grande Primeiro Ministro Ingls, um dos maiores estrategistas da Segunda Guerra Mundial, costumava dizer: No existe opinio pblica; o que existe opinio publicada. Do ponto de vista humano, uma verdade crua e nua. o que nos comprova a vida prtica; o que nos ensina a prtica da vida. Conclui-se que, lutar contra um poder estabelecido, temeridade; lutar contra a imprensa escrita, falada, televisada, loucura consumada. Esta deduo, para o poltico do mais tolo ao menos trouxa, elementar; o poltico que disto no se apercebeu, nasceu morto para a poltica. Da a bajulao, do servilismo do poltico imprensa. O escritor, o jornalista, cnscio dessa fora, deve pautar pela verdade em defesa dessa mesma fora, posto que: A justia do forte, o escudo do fraco.
Jesus, como verdadeiro homem adaptou-se, ou melhor dizendo, sujeitou-se linguagem e aos costumes humanos: fez-se batizar, contribuiu com a didracma (para no escandalizar os judeus) e ordenou aos discpulos que apregoassem, que publicassem sobre os telhados (em latim super tecta sobre as coberturas, onde hoje aristocrtico residir e que, pomposa e eficientemente instalamos as antenas transmissoras e as receptivas parablicas), aquilo que lhes dizia aos ouvidos (cf. Mt. X, 27). Que mais poderia ter feito pela nossa salvao, que no o houvesse feito?!
Jesus sempre atual: ontem, hoje e sempre. Hoje, na pessoa de Sua Santidade o Papa Joo Paulo II; este, fala mais de vinte idiomas e domina cinqenta dialetos. Pelo sistema de computao do Vaticano, coligado internet, Sua Santidade independe de tradutores; cujo pormenor lhe destaca, entre todos os estadistas do mundo atual. A maior grosseria que a pessoa pode praticar contra si prpria, julgar Sua Santidade o Papa de conservador. Sua Santidade , ex-offcio, PRESERVADOR DA S DOUTRINA. Que coisa bem diferente!
So Paulo, em carta aos efsios, h quase dois mil anos, inspirado por Jesus, nos adverte hoje: No mais sejamos MENINOS FLUTUANTES, levados ao sabor de todo vento de doutrina, pela MALIGNIDADE dos homens e pela ASTCIA com que induzem ao erro (Cf. Ef. IV,14). Vem a pblico uma teologia liberticida, apelidada de libertadora; desponta uma filosofia oriental (Seicho-No-I); surge uma vidente (me no sei das quantas) e os MENINOS FLUTUANTES, tais pluma ao vento, deixam-se levar de roldo. Aparece uma melodia ritmada, insinuante, bem cadenciada e os MENINOS FLUTUANTES, pem-se a bambolear, tocando bumbo, batendo palmas, cantando a plenos pulmes, pouco se lhes dando a incongruncia, a incoerncia da letra: Jav Deus dos pobres e do povo sofredor. Este um, entre tantos outros desatinos, que se vm cantando e que s no afrontam, mas debocham da inteligncia do povo brasileiro. No h quem, tendo folheado a Bblia ignore que, o povo se tornava pobre e sofredor, toda vez que abandonava o Senhor seu Deus.
Por outro lado, sem exceo, todos os patriarcas foram riqussimos: Abrao, Isaac e Jac. O prprio J, vencido o tempo de provao, Deus o prodigalizou com uma riqueza, sete vezes maior que a anterior. O rei Davi, no foi menos rico e gerou Salomo, que a todos os outros ultrapassou, em sabedoria e riqueza. Jesus, quando do Seu nascimento, recebeu dos Magos incenso, mirra e tambm ouro; descido da cruz, foi depositado num sepulcro novo, de propriedade de um varo ilustre do Sindrio, o rico Jos de Arimatia. Pretendendo tapar o sol com a peneira, os MENINOS FLUTUANTES ignorando Eloin e Adonai, vo atacando de Jav, como Deus dos pobres e dos sofredores. Isto, na melhor das hipteses, deslavado contra-senso. Deve-se embuar a mentira, a Verdade no: ela nua e crua! Jesus, ao proclamar que Sua carne era verdadeira comida e o Seu sangue verdadeira bebida, escandalizou as multides, mas no saiu correndo atrs delas. Voltou-se para os seus discpulos e perguntou: Quereis vs tambm retirar-vos?(Cf. Jo VI,68). So Pedro que era um simples pescador, mas que de MENINO FLUTUANTE, no tinha nada, respondeu: Senhor, para quem havemos ns de ir? Tu tens palavras de vida eterna; e ns acreditamos e conhecemos que tu s o SANTO de Deus. exatamente isto: Seja o vosso falar: SIM, SIM; NO, NO. Tudo o que disto passa, procede do maligno (Cf. Mt. V,37).
No existe pessoa alguma, por mais necessitada que nos parea, porm, sob a Graa de Deus, que se sinta infeliz. sabido que: O homem feliz, no usava camisa. Assim, tanto a riqueza, quanto a pobreza, no trazem no seu bojo a felicidade ou a infelicidade; no o nosso status que conta e sim a BENO DE DEUS. Conhecemos pobre, que maldiz sua pobreza; conhecemos rico que, de bom grado, daria toda a sua fortuna, pelo apetite do pobre maldizente. Mesa farta, sem o respectivo apetite, pior que tortura chinesa. Um copo de gua, ao sedento no deserto, aproveita mais que um milho de dlares na giba, na corcova do camelo. Mas, os MENINOS FLUTANTES, no se detm a respeito; s se detm, para adulterarem o sentido da Palavra de Deus. Nem a pobreza, tampouco a fortuna, fogem lei da relatividade.
Parte da, a preferncia de Jesus em evangelizar os pobres, enriquecendo-os moral e espiritualmente para que, se materialmente ricos viessem a ser, auxiliassem os demais que no tiveram a mesma dita. No se desconhece, que a evangelizao fundamental na formao do carter. Assim, So Jernimo, genial evangelizador, agente da Vulgata, Bblia Oficial da Igreja, transmitiu e os meninos flutantes ignoraram, o seguinte pensamento: Absque notitia sui Creatoris, homo pecus. Delicadamente, pode-se traduzir: Sem o conhecimento do seu Criador, o homem um animal irracional. Digo delicadamente, porque o termo latino pecus originou pecnia de pecuria, que lembra boi, cavalo, jumento. Desta maneira, seria duro, porm, no inexato, traduzir: Sem o conhecimento do seu Criador, o homem um cavalo, um boi, um jumento. Mas, por serem meninos flutuantes, massa de manobra da maligna astcia dos homens e, em virtude de no terem aprofundado a catequese recebida, culpam a Igreja, que Me e Mestra, do desinteresse estudantil, que lhes pertinente. Que proveito, se a Mestra ensina e o discpulo no estuda? Que aproveitaramos ns, da maioria das parbolas de Jesus, se os discpulos se desinteressassem do conceito das mesmas?
Jesus manda evangelizar os pobres. Os meninos flutuantes concluram ser mais proveitoso administrar a pobreza. Com raras e meritrias excees, mantidas por conceituadas fundaes particulares e religiosas, destacando o Instituto Lar e Juventude Dom Bosco, em contraste com os cabides de sanguessugas, que vicejam s custas da iseno do imposto de renda de terceiros e subsdios do Estado, cujas administraes, transformaram a pobreza numa ubertosa fonte de renda. Os sem terra, os sem teto, os sem nada e os meninos de rua, entre outros, que constituem um gravssimo problema social, para os flutuantes resulta numa polpuda soluo administrativa. O sucesso desses administradores depende, em linha direta, da perpetuao dessas chagas regionais, que se alastram como gangrena pelo pas afora, garantindo-lhes, promissoramente, o vnculo empregatcio. Eternizar essa situao a garantia maior, contra o desmantelamento dessa indstria, fautriz das mamatas. Os meninos flutuantes no percebem, ou do de ombros, que resfriam a caridade, em manifesto cumprimento s palavras de Jesus: Por causa de se multiplicar a iniqidade, se resfriar a caridade de muitos (Cf. Mt XXIV, 12). Ser caridoso uma coisa, ser trouxa outra. Da dificuldade de se saber quem quem, para no se passar por trouxa, cessa a caridade.
Jesus diz: Pobres sempre os tereis convosco e arremata: E quando o quiserdes podeis lhes fazer o bem, mas a Mim no o tendes sempre (Cf. Jo XII, 8; Mc XIV,7). Diz mais: D a todo aquele que te pede (Lc VI, 30). Os meninos flutuantes, os administradores, em defesa de seus interesses, pregam que no se deve dar esmolas e para benefcio de seus proventos, a sociedade assoberba-se de pobres. A esmola, como o servio prestado comunidade carente, no deve e no pode visar remunerao, h de ser voluntrio e gratuito, partindo do indivduo para o coletivo, assim e s assim, alcanar credibilidade. Se escasseia o voluntariado, deve-se ao excesso de espertalhes.
Esses flutuantes ignoram, ou esquecem em benefcio prprio, que a pobreza no causa, efeito da transgresso original. Motivo capital da vinda de Jesus, de vez que, sanada a causa, cessam os efeitos. Os meninos no podem desconhecer isto, mas no pregam, no praticam, no exercitam. A pregao de Jesus, se lhes apresenta to impraticvel, quanto a poltico baiano querer ser votado, sem freqentar os pais-de-santo, os babalorixs. A variao consiste, que o poltico necessita de voto para se eleger, ns pobres deuses mortais, dependemos unicamente de Jesus, para vivermos e sermos eleitos. Convenhamos, que entre um e outros, existe uma diferena transcendental, ou seja, o poltico e os meninos flutuantes adaptam-se s realidades regionais, os cristos autnticos nica realidade: JESUS, pelo seu representante maior: O Papa. Quem no estiver na linha seguida pelo Sumo Pontfice, est desalinhado, perdeu o rumo e a direo. Uma s realidade, as demais so verses, variantes. Exemplificando: Dizer que a Igreja somos ns, uma variante. A Igreja Jesus! A Igreja Cristo, reconhecida como casa de Deus, por extenso casa de todos ns. Isto, Ele deixou evidente, quando da Sua doutrina do Corpo e Sangue, viu-se abandonado pelos judeus escandalizados, pergunta aos Doze: E vs, no quereis ir tambm?. s portas de Damasco, aonde So Paulo ia prender os cristos, Jesus lhe aparece e pergunta: Saulo, Saulo, por que Me persegues?. Se Jesus, no fora a Igreja, no faria nenhum sentido, termos aprendido na catequese, que fora da Igreja no h salvao. Se essa pregao partisse dos catlicos, seria uma invencionice, uma pretenso, uma veleidade. Jesus no morreu pelos catlicos, nem pelos protestantes, morreu pela humanidade. Um Jesus menor, deve-se a estreiteza do nosso entendimento. So Joo Batista, disse aos judeus: Poderoso Deus, para fazer dessas pedras, filhos de Abrao. Ora, Jesus ao batizar-se vicariamente, pelo gnero humano, poderoso para transformar uma multido de pagos em cristos. Assim, como se aprecia, Jesus no depende da multido, as multides que dependem do Salvador. Paralelamente, a Igreja no necessita dos fiis, os fiis que necessitam da Igreja, com a qual Jesus se identificou. Os flutuantes porm, no vem deste modo, imaginam um Jesus terico e atuam como se houvessem concludo com os seus botes: Na prtica a teoria outra. Na prtica no servem Igreja, servem-se dela para aparecerem, para serem badalados. s favas, com a humildade de So Joo Batista: necessrio que Ele cresa e eu diminua. Os meninos flutuantes so prticos: Conquanto que eu aparea, a Igreja que se lixe!. No entender do flutuante, o que interessa fazer o que anima o povo: Bate p, bate palma, levanta o brao, bate bumbo e foguetrio. Contemplar os mistrios do Santo Tero, meditar sobre as palavras do Brevirio: caretice, cara!. A Ladainha de Nossa Senhora, onde se declina as prerrogativas da Me do Criador, tornou-se ladainha, no sentido de coisa cansativa, enfadonha, para embevecimento de Sat.
Inseguros, pois flutuantes, na explanao do milagre da multiplicao dos pes, confirmado por Jesus (Mt XVI, 9-10; Mc VIII, 18-20), tentam incutir que o realizado pelo Mestre foi uma partilha, pois os judeus mais precavidos haviam levado suas merendas, maneira dos que se encaminham a um convescote ou piquenique e tendo Jesus mandado aos Apstolos as arrecadar num monto, as repartiu at a saciedade. Na concepo dos flutuantes no houve milagre e sim uma esperta distribuio bem ao paladar dessa decantada partilha, blasfematria.
Concluindo, transcrevo para meditao dos saltitantes e meninos flutuantes, os versculos vinte e seis a vinte e oito, do captulo dezoito do primeiro Livro dos Reis assim redigido: E saltavam diante do altar que tinham feito. Sendo j meio-dia Elias escarnecia-os, dizendo: gritai mais alto, porque ele um deus e talvez esteja falando em alguma estalagem, ou em viagem, ou dorme e necessita que o acordem. Eles, pois, gritavam em alta voz. O Deus de Elias, o nosso Deus, examina as intenes e silente no Sacrrio de corao para Corao escuta o suplicante e providencia.
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