Imprimir

 

Prximo

Anterior 

ndice

 

 

Para instalar o livro completo em seu computador, clique aqui

Para continuar lendo on-line, navegue pelos botes esquerda

 

Livro Oriente       <<  ARTIGO XV   >>       Carlos Mariano

        

 

 

Andava encurvada e no podia  absolutamente

levantar  a cabea  - Erat inclinata nec omnino poderat

sursum respicere (Lc XIII, 11)

 

   

 

 

 

 

                                                  O discpulo amado, So Joo, encerra  o Evangelho, segundo ele prprio, com as palavras: Muitas outras coisas h que Jesus fez, as quais se se escrevessem uma por uma, julgo que nem no mundo todo poderiam caber os livros que seria preciso escrever. Como se nota, So Joo, sob os auspcios do Deus Esprito Santo, compendiou, divinamente, os feitos e palavras de Jesus, no pela importncia propriamente dita, de vez que tudo aquilo que o Divino Salvador fez e falou essencial, transcendendo ao imediatismo, porm, de maneira acessvel mentalidade da poca, com vistas compreenso futura, em que pese a preguia mental e a pequenez do nosso entendimento. Pois, que as suas palavras, por vezes, fugiram ao alcance comum, Jesus deixa claro: Quem tem ouvidos para ouvir, oua, ou quem pode compreender, compreenda. Os que tm ouvidos para ouvir e no ouvem, so os desatentos, impenetrveis pelo desinteresse. So os desligados espiritualmente, no esto nem a, esto noutra. Esto na do Sardanapalo: Bebe, come, goza; o resto nada. H os que comungam com os sbios naturalistas, que professam a seleo natural das espcies e sapientes se autoproclamam descendentes do macaco. Enquanto Jesus nos convida para cima, os sbios naturalistas nos oprimem para baixo. Esses sbios, tecnocratas, tecnolgicos, doutores em biotipologia, tanto conhecedores como dissertadores do DNA e que omitem, intencionalmente, o abismo existente entre o semelhante e o igual. Para se ter uma ntida idia sobre o precipcio entre uma coisa e outra, basta lembrar que Deus nos fez Sua imagem e semelhana, porm, no igual a Ele. Evidentemente que, enquanto terrqueos, em nada diferenamos dos brutos, pois, como diz So Jernimo: Sem o conhecimento do seu Criador, o homem um animal irracional. Neste sentido, evolutivamente, a mais engenhosa, a mais astuta das bestas mortais. Por conseqncia, ultrapassado o instinto animal, inverte, a seu bel-prazer, a escala de valores, considerando que o que era tico ontem, velharia hoje, podendo voltar a prevalecer amanh, em acordo com as circunstncias e momento, conquanto afinado com seus macabros interesses. Sendo dos tais que no possuem razes em si pouco se lhe d a volubilidade. Segue a qualquer vento de doutrina, por ser evolucionista, em comunho com a mutabilidade das espcies.

 

                                                  Em consonncia, entre o homem e Deus, existe um elo de ligao no hipottico, muito menos perdido, tampouco fruto fantasioso da imaginao, porm, real, Jesus Cristo que transps com a Sua vinda, o abismo intransponvel criatura. Jesus Cristo no uma teoria dependente de comprovao, histrico, nem filosfico, nem mitolgico. Jesus veio ao mundo, no para filosofar sobre a existncia de Deus, todavia, para O revelar. Por outro lado, todos os prodgios encontram significado, na crena da Sua ressurreio. Desta forma, a crena na ressurreio a Chave Mestra, que d acesso ao Paraso, do iletrado ao mais sbio dos humanos. Nada mais simples, no entretanto, farta e estultamente complicada  pelos homens. prprio da Divindade simplificar e do homem complicar. Jesus sintetizou toda lei e os profetas em dois mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ti mesmo. Com relao a certa teologia liberticida, pois marxista, Jesus sucinto, porm, panoramicamente esclarecedor, em trs linhas nos transmite a real libertao:Se vs permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discpulos, conhecereis a verdade e a VERDADE vos libertar.  Simples e exato, nada de calhamaos teolgicos. A Divindade no prolixa, no embroma, abomina sofistas, corta cerce: Sim, sim; no, no! A Divindade no se embaraa com os negcios do sculo, ilumina a nossa mente e sem interferir na deciso, nos convida para cima:Sursum corda Para o alto pensamento, para o alto coraes.

 

                                                  Neste ponto, chegamos ao cerne da questo, ao motivo principal deste Artigo, qual seja: A mulher que andava encurvada e no podia, absolutamente, levantar a cabea, pois o demnio a impedia de olhar para cima,  para o alto. Se essa mulher encurvada, possuda, no tivesse tido a graa de se encontrar com Jesus, teria morrido sem ter sido endireitada. Na seqncia da suposio, em cujo campo os naturalistas so inigualveis, admitamos que o fssil da mulher encurvada, fosse descoberto nestes dias e submetido a exame pelos antroplogos, a teoria  do sbio naturalista Darwin estaria comprovada, pois, felizmente, o seu elo hipottico teria deixado de ser uma hiptese, uma suposio, pois ali estava, para quem quisesse ver, pegar e examinar. Haveria um problemazinho de cronologia, quer seja, a idade do fssil da mulher, perfeita e habilmente contornvel. Pois, num final de contas, que diferena existe entre dois mil anos, dois milhes ou vinte bilhes de anos, para a cincia que lida com nmeros estratosfricos e no considera as dezenas e centenas de milhares? Alm do mais, cientistas renomados no usaram e abusaram da boa f, no enganaram e outros tantos cientistas no se permitiram enganar, durante cinqenta longos anos com aquela prtese que denominaram o homem de Piltdown? Esse tal homem que ocupou as manchetes do mundo inteiro e quando descoberta a farsa, que o dito homem era o resultado de uma artstica enjambrao da mandbula de um macaco acoplada a um crnio humano, a mdia, to ciosa da verdade, no deu o destaque correspondente. Muito pelo contrrio, simplesmente fechou-se em copas, emudeceu.

 

                                                   Depois dessa sem-vergonhice, que a eclesial progressista ardilosa e convenientemente ignorou, para os homens de Neanderthal (Alemanha), Pitecantropo (Java), Pekinenses (sia), Aix-La Chapele (Frana), di Grinaldi (Itlia), da Lagoa Santa (Brasil), da Patagnia (Argentina) e Australopiteco (frica do Sul), em respeito aos cientistas de bem, que essa ala bastarda pretendeu desacreditar, continuamos firmes com a cincia, registrando que o grande campeo desse entrevero, o provrbio popular: Precauo e caldo de galinha, no faz mal a ningum. Noutras palavras, aquele que no se respeita, no merece ser respeitado. Isto em qualquer campo, mormente no religioso. Com vistas aos que andam confundindo altar com palco, plpito com palanque, devoo com excitao e assemblia com platia.

 

                                                    A mulher encurvada, uma vez endireitada: Glorificava a Deus. Jesus encerra a percope, assemelhando o reino de Deus ao gro de mostarda e s trs medidas de farinha, ambos maneira de sua natureza, para o alto. A Igreja sadia nos convida para cima, para o espiritual, sabedora que o social nos ser dado por acrscimo. A ala naturalista nos fora para baixo, para que se cumpra nos seus membros a profecia: Obscurecidos sejam os seus olhos,  para que no vejam e esteja sempre curvado o seu dorso (Cf. Rom  XI,  10). Curvado para as coisas terrenas; curvado para as coisas que passam.

 

*  *  *  *  *  *  *  *  *

 

Ir para o Artigo XVI