Tambm nesta data: Nossa Senhora de Belm, Mrtires de Nicomdia, Santos Jac e Anastcia
E eis que se lhes apresentou um Anjo do Senhor e a claridade de Deus cercou-os de resplendor, e tiveram grande temor. O Anjo, porm , disse-lhes: "No temais; porque eis que vos anuncio um grande gozo, e que o ser para todo o povo. que hoje vos nasceu na cidade de Davi o Salvador, que o Cristo Senhor. E este o Sinal para vs: Achareis um menino envolto em paninhos e posto numa manjedoura. E subitamente apareceu o Anjo com uma multido da milcia celeste, louvando a Deus e dizendo: "Glria a Deus no mais alto dos cus e paz na terra aos homens de boa vontade". E aconteceu que depois que os Anjos se retiraram para o cu, os pastores falavam entre si, dizendo: "Passemos at Belm e vejamos que isto que sucedeu, que que o Senhor nos mostrou. E vieram a toda pressa e acharam Maria e Jos e o Menino posto na manjedoura. E vendo isto, conheceram a verdade do que se lhes havia dito acerca deste Menino. E todos que os ouviram falar, se admiraram do que lhes haviam referido os pastores". O Nascimento de Nosso Senhor est cheio de mistrios. Considera em primeiro lugar, porque o Filho Unignito de Deus quis vir ao mundo em tanta pobreza, em lugar to desprezvel, na estao de inverno, nas trevas da noite e longe da sociedade. Porque no quis celebrar seu aparecimento na capital, em Jerusalm, em um dos muitos palcios que l havia, rodeado de todo conforto? So Bernardo diz: "No penseis que tudo isto tivesse acontecido por acaso. A criana no escolhe a hora e o dia do nascimento, porque para escolher lhe falta liberdade e uso da razo. Com Jesus Cristo no se d isto. Ele, Deus feito homem, podendo determinar tempo e Lugar, escolheu justamente o que era agradvel natureza humana e Santssima Virgem. Porque procedeu assim? Os Santos Padres respondem: Primeiro: para nos mostrar mais claramente seu grande amor e incitar-nos a am-lo tambm. Se Cristo tivesse vindo numa estao mais agradvel; se tivesse escolhido a magnificncia e comodidade de um palcio, sem dvida haveramos de reconhecer-lhe o amor para conosco que agora mais ainda reala, vendo-o nascer em pobreza, numa glida noite e numa estrebaria. Segundo: Cristo o Senhor, j desde o nascimento quis mostrar-nos o caminho para o cu e ensinar-nos pelo exemplo o que mais tarde nos disse pela palavra. No s o Menino Jesus como tambm a gruta, o prespio, os paninhos nos dizem que o caminho do cu spero e ngreme, e no h outro para ns, se nos queremos aproveitar para o aparecimento de Nosso Senhor. A concupiscncia da carne e dos olhos, a soberba da vida so as razes de todos os pecadores e as causadoras da desgraa dos homens. A pobreza do Menino Jesus ensina-nos a necessidade da humildade, da cruz e do sofrimento, como meios de combater os vcios, de desapegar-nos do mundo, e servir a Deus com toda a pureza. Tudo isto nos mostra e exemplo de Cristo no prespio. Dizem os Santos Padres, que o prespio de Belm o plpito, a tribuna do Deus Menino. Os ensinamentos de Nosso Senhor devem ser por ns imitados, quer nos tenham sido transmitidos por palavras, quer pelo exemplo. Do pobre nascimento de Cristo devemos aprender duas coisas: Primeiro, amemos o Menino de Belm. E segundo, tornemo-nos semelhantes ao Menino de Belm!" Demos ao menino Jesus o nosso mais sincero e ardente amor, e imitemo-lo nas virtudes da pobreza e da humildade. Ao Menino Jesus aplicvel a palavra que mais tarde o Divino Mestre, quando ps um menino no meio dos Apstolos disse: "Se no vos converterdes e no vos tornardes semelhantes s crianas, no entrareis no reino dos cus". Eis o que o Menino Jesus nos ensina ao nascer: desprezar os bens do mundo, para alcanar os bens eternos. Reflexes: Foi a obedincia ao Pai Eterno que fez Jesus Cristo descer do cu e nascer em condies to humildes. Deitado no prespio, o Menino Jesus j podia dizer: "Eu fao sempre o que a meu Pai agrada" ( Jo 8,29). Como mais tarde foi obediente at cruz, obediente tambm foi at gruta de Belm. Obedece tu tambm a Deus, observa-lhe os mandamentos e procura fazer sempre o que lhe agrada. Por amor de ti o Salvador sofreu indigncia, frio, desprezo; e tudo isto com a maior pacincia. Se te vierem sofrimentos e tribulaes, no te perturbes e lembra-te de Jesus. "Jesus, que j sofrestes por mim, quando neste mundo entrastes, eu quero sofrer por vosso amor. Se este o caminho para o cu, como no-lo mostrastes, e desde criana nele andastes, nele eu vos quero seguir". * * * * * * * * * Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua, 5. ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. |