Durante o reinado de Ramsés II,
Moisés leva os hebreus para fora do Egito (entre os anos de 1292
- 1225 a.c. ). Os Hebreus, estabelecidos no delta do Nilo, depois
da morte de José, tiveram que suportar o jugo dos
egípcios. Deus chama Moisés e revela-se a ele primeiro na
sarça ardente, chamando-o a uma grandiosa missão, ou seja,
libertar o povo eleito da escravidão. Moisés torna-se chefe do
povo oprimido e combate, sob a guia divina, os poderes do
mundo. Depois de ter libertado o seu povo, Deus o conduziu
através das águas (travessia do Mar Vermelho) e através do
deserto. No monte Sinai, Deus proclama a aliança com seu povo: "Se
obedecerdes à minha voz e guardardes a minha aliança, sereis,
entre todos os povos, o meu povo em particular.... Sereis uma
nação consagrada" (ÊX 19, 5-6). Ali, Moisés
recebe as Tábuas da Lei (Decálogo), que foram escritos com
o próprio dedo de Deus: "Tendo o Senhor acabado de falar
a Moisés sobre o monte Sinai, entregou-lhe as duas tábuas
do testemunho, tábuas de pedra, escritas com o dedo de
Deus" (ÊX 31, 18). Entretanto, o povo, vendo
que Moisés tardava em descer a montanha, fraco e incrédulo,
fez para sua imagem um bezerro de ouro, usando
os brincos dos homens e mulheres, que foram fundidos e
moldados naquela forma. Construíram um altar e passaram a
adorá-lo.
O Senhor então disse à Moisés: "Vai, desce,
porque se corrompeu o povo que tiraste do Egito" (ÊX 32,
7). Moisés cumpriu a ordem e ao ver o bezerro de ouro, com
grande cólera arrojou de suas mãos as tábuas
e quebrou-as aos pés da montanha. Conclamou o povo dizendo:
"Vinde a mim todos os que são pelo Senhor".
Todos os filhos de Levi juntaram-se em torno dele.
Mandou que rodeassem o acampamento e matassem todos os
parentes corrompidos. Eles cumpriram a ordem de Moisés e
naquele dia cerca de três mil homens pereceram à espada.
Moisés disse: "Vou subir hoje ao Senhor; talvez obtenha o
perdão da vossa culpa". Subindo ao monte,
Moisés ouve de Deus diversas admoestações dirigidas ao povo de
cerviz dura. Os israelitas, ouvindo as palavras
retransmitidas por Moisés, puseram-se a chorar e arrependidos,
despojaram-se de seus enfeites. O Senhor disse à Moisés: "Talha
duas tábuas de pedra semelhantes às primeiras: escreverei
nelas as palavras que se encontram nas primeiras que quebraste" E assim foi feito. Moisés ficou junto do
Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber
água. E o Senhor escreveu nas tábuas o texto da aliança,
as dez palavras:

(*)
OBSERVAÇÕES
A observância do Domingo como o dia consagrado ao Senhor, encontra
suas origens proféticas já no Antigo Testamento quanto à abolição
do Sábado e, no Novo Testamento, quanto à sua instituição:
Profecia
da abolição do Sábado - "Castigo aos Judeus"
A queda do Sábado encontra-se prescrita na profecia feita por
Deus ao povo judeu, dizendo-lhe que repudiando-o, havia de
tirar-lhe o Sábado: "E farei
cessar todos os seus cânticos de alegria, os seus dias
solenes, as suas luas novas (pelas quais mediam o tempo), o
seu sábado e todas as festas
do ano." Isto consta no Livro de Oséias,
capítulo 2 - versículo 13, intitulado de "castigo
da esposa infiel" (*). A esposa infiel do Antigo
Testamento são os judeus, que não aceitariam Jesus Cristo como o
Messias - "Veio para o que era seu e os seus não o
receberam" (Jo 1, 11). A esposa de Cristo,
agora, é a Igreja Católica, edificada sobre Rocha firme: "Tu
és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja,
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,
18) .
*
Profecia da conversão
- Ainda no Livro de Ozéias, capítulo 3, versículo 5, está
prescrita a conversão dos Judeus ao catolicismo: "Depois
disso os filhos de Israel voltarão a buscar o Senhor seu Deus, e
Davi, seu rei; recorrerão comovidos ao Senhor e à sua
bondade no final dos tempos". Conversão também
correlatada por São Paulo (Romanos 11, 25-31) e por São João
(Apocalipse 3, 9).
A
instituição do Domingo como o "Dia do Senhor"
A transferência do Sábado para o Domingo é evidente no Novo
Testamento. Jesus Ressuscitou no "primeiro dia da
semana", ou seja, num Domingo, após manifestar-se às Santas
Mulheres e pessoalmente à Maria Madalena (em Mt 28, 1; Mc.
16, 2-9; Lc 24, 1 e Jo 20, 19). Apareceu em seguida aos discípulos
de Emaús e com eles celebrou a Eucaristia, quando se lhes abriu
os olhos e o reconheceram (Lc 24, 30). E ainda no Domingo soprou
sobre os Apóstolos e instituiu o Sacramento da confissão (Jo 20,
22 - 23). Os Apóstolos se reuniam no Domingo para celebrar
a Eucaristia (At 20, 7) e, sobre a questão das coletas na Igreja,
São Paulo pede que seja feita aos Domingos (I Cor, 16, 1-2)
"Ora,
no primeiro dia da semana, estávamos
reunidos para o partir do pão e Paulo falava com eles."
A relevância dos fatos que sucederam a Ressurreição de Cristo
é imperiosa aos Apóstolos, que assimilaram a herança do sétimo
dia - do sabbat, estabelecendo, por prescrição divina, o
Domingo como o seu dia de reunião, de celebração da Eucaristia
e, mais tarde, do descanso festivo. Não só as missas, mas outras
celebrações e reuniões dos cristãos, eram realizadas nos
Domingos. "Desde os tempos apostólicos até os dias
atuais, isto perpetuou-se em toda a Igreja como estrutura
fundamental da celebração Eucarística", nos diz o Papa
Bento XVI.
Quanto
à observância do Sábado, Jesus é enfático e retruca
veementemente com os fariseus: "o sábado foi feito
para o homem e não o homem para o sábado" e
ainda "o Filho do homem é Senhor também do Sábado"
(Mc 2, 23). Portanto, o cumprimento das Escrituras a
que Jesus se refere: "Não julgueis que vim destruir a lei
ou os profetas; não os vim destruir, mas sim para os cumprir"
(Mt 5, 17) , confere as credenciais de quem foi anunciado
pelos profetas, consequentemente, o pleno cumprimento das
Escrituras em relação à queda do sábado. Ao edificar Sua
Igreja sobre Pedro, confere-lhe ainda a infalibilidade papal,
entregando-lhe as chaves do Reino dos Céus: "...tudo o
que ligardes na terra, será ligado no céu; e tudo o que vós
desligardes sobre a terra, será desligado, também, no céu".
(Mt 18, 18).
Assim, neste particular, ao ministrar a catequese, devemos
aplicar os preceitos contidos na Primeira Aliança
(Antigo testamento) com relação ao Dez Mandamentos, porém
compendiados, por desiderato divino, ilustrando-se o Domingo com
base na Segunda Aliança (preceitos do Novo Testamento
sobre o novo dia consagrado ao Senhor e os dias santos de guarda)
. Aliás, o próprio Jesus perfeitamente os
compendiou, já prevendo as dificuldades que seriam impostas
por fariseus modernos. Ele mesmo disse: "Amarás
o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de toda a tua mente. Este é o primeiro e o maior dos
Mandamentos. E o segundo semelhante a este é: Amarás
o teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos se resumem
toda lei e os profetas."
É oportuno salientar o complemento do 1º. Mandamento, onde
consta na sua forma não compendiada: "Não
terás outros deuses diante de ti... Não farás para ti
escultura... Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás
culto", tão explorado pelos aludidos fariseus, deixa
estampada a cegueira de quem não quer compreender o óbvio.
Pois está absolutamente claro que tal proibição, refere-se à
representações simbólicas de deuses ou de objetos a que se
atribuem forças sobrenaturais. O que Deus proíbe não é a
confecção de Imagens religiosas, mas sim objetos de adoração
ou veneração que levam à idolatria. Aliás, o respeito às
imagens para o católico tem não a imagem como objeto, mas a
pessoa por ela representada, isto é, Nosso Senhor, Nossa Senhora
e os Santos. O próprio Deus, no Antigo Testamento,
mandou Moisés fazer uma serpente de bronze, que foi
colocada num suporte e vendo-a, os hebreus ficavam
curados de suas feridas. Esta IMAGEM da serpente era prefigurativa
de Jesus pregado na cruz: "Como Moisés levantou
a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do
Homem, para que todo o homem que nele crer, tenha a vida
eterna" (Jo III,14s). Além disso, Deus determinou a Moisés
fazer dois querubins para cobrirem o propiciatório: Êx XXV, 18s.
Salomão mandou fazer também querubins e outras figuras várias,
entre as quais leões e bois: I Re VII, 29. Imagens,
não ídolos! (Caso queira aprofundar-se
melhor, consulte o tópico imagens na
Igreja, em nossa página principal ou o artigo
I do livro "Oriente").
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Tópicos relacionados -
Carta
Apostólica "Dies Domini", do Papa João Paulo
II - sobre o Domingo - 31/05/1998.
Dez Mandamentos (comentado)
segundo o Catecismo promulgado pelo Papa Bento
XVII
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